quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ode ao tempo

Não é pela exigência pseudonietzscheana dos meus amigos alucinógenos alucinados
que me embriago.
Não é pela cegueira leitosa e acerebrada do provincianismo miúdo
que me entristeço.
Não é pela solidão acovardada das horas de olhos arregalados e lâmpadas apagadas
que me diluo entre os meus.
Não é pela profundidade abissal e a desrazão paradoxal do propósito humano
que me desdobro em muitos.

É pela preciosidade escondida na fagulha de vida do coração da existência
que me torno o que sou:
Valiosa insignificância
Ante a grandeza da eternidade,
Ante a inexorabilidade do não ser.

Vi(ni)cius D. 18.06.2008